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Veja vídeo que consta como prova no processo de PMs presos por jogar adolescente de ponte no ES

Imagens mostram Kaylan Ladário dos Santos, de 17 anos, em cima da Segunda Ponte, em Cariacica, com policiais militares. Câmera de segurança não registra mom...

Veja vídeo que consta como prova no processo de PMs presos por jogar adolescente de ponte no ES
Veja vídeo que consta como prova no processo de PMs presos por jogar adolescente de ponte no ES (Foto: Reprodução)

Imagens mostram Kaylan Ladário dos Santos, de 17 anos, em cima da Segunda Ponte, em Cariacica, com policiais militares. Câmera de segurança não registra momento exato da queda, mas vídeo é apontado pela mãe como prova do que aconteceu. Vídeo mostra PMs acusados de morte de adolescente em ponte Um vídeo anexado ao processo que apura a morte de Kaylan Ladário dos Santos, de 17 anos, na madrugada do dia 18 de fevereiro, mostra os três policiais militares acusados de homicídio, com o adolescente, em cima da Segunda Ponte, que liga os municípios de Vitória, Vila Velha e Cariacica. (assista acima) O g1 teve acesso às imagens neste sábado (6), quando também ocorreu a quebra do sigilo judicial sobre o processo que investiga a morte, decretada pela Justiça do Espírito Santo. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp As imagens mostram o carro da Polícia Militar parado na ponte, com Kaylan e os policiais ao redor. O adolescente aparece encostado no parapeito. Em certo momento, um objeto é lançado na água por um dos PMs. A câmera de videomonitoramento se movimenta. Quando volta a mostrar o mesmo ponto, o carro da polícia está deixando o local e adolescente não está mais na ponte. Segundo a família, o jovem foi jogado no mar. O vídeo faz parte das provas que embasaram o decreto de prisão preventiva do cabo Franklin Castão Pereira e dos soldados Luan Eduardo Pompermaier Silva e Leonardo Gonçalves Machado. O g1 não conseguiu localizar as defesas dos acusados. Vídeo mostra policiais e viatura na ponte no dia da morte de Kaylan Ladário Desde quando o caso se tornou público, nesta semana, as imagens são citadas pela mãe de Kaylan, Leicester Ladário, como uma das principais provas do que teria acontecido na madrugada do dia 18 de fevereiro. Entendimento do juiz Na decisão que manteve os policiais presos, o juiz Alexandre Pacheco Carreira ressaltou que os acusados "não agiram com a ética policial militar, consistente na preservação da ordem pública e na defesa da sociedade, com respeito aos direitos humanos e à lei". O magistrado destacou que “estamos diante de um crime de extrema relevância e periculosidade – homicídio qualificado na modalidade consumada”. Vídeo mostra policiais e viatura na ponte no dia da morte de Kaylan Ladário. Espírito Santo. Reprodução Além disso, mencionou que os fatos denotam a periculosidade e ousadia dos acusados, sobretudo por serem policiais militares no exercício da função e que se valeram desta condição para o cometimento do crime. “Segundo apurado, a vítima Kaylan Ladário dos Santos teria se debatido nas águas em uma tentativa de sobreviver, porém não conseguiu evitar o seu afogamento, vindo a óbito, e os autores nada teriam feito para salvá-lo", apontou o juiz. Interesse da sociedade A decisão favorável da Justiça à quebra de sigilo atende a um pedido da advogada da família de Kaylan, feito durante a audiência de custódia dos acusados, que argumentou que o caso, por envolver agentes públicos, deveria ser de conhecimento da sociedade. "No primeiro momento, o sigilo foi decretado por envolver um menor de idade, então a defesa de um dos acusados solicitou esse sigilo. Mas nós entendemos que o processo tem legitimidade para ser público, que é a regra, então pedimos que fosse retirado esse sigilo para que a família pudesse acompanhar mais de perto e também a sociedade, se tratando de agentes públicos entendemos é uma necessidade da sociedade de também acompanhar o caso", afirmou a advogada Hiorranna Meneguci Alves. Vídeo mostra policiais e viatura na ponte no dia da morte de Kaylan Ladário. Espírito Santo. Reprodução Indignação da mãe Leicester Ladário afirmou que as imagens confirmam o entendimento da família e da defesa de que o filho foi jogado da ponte pelos policiais. “Eles foram muito frios, foram desumanos. [...] É muita dor, muita indignação, até o momento a gente acha que não tem justiça. É insegurança, dor, perda, saudade, é difícil o tempo todo todos os dias”. Em entrevista no dia 3 de junho, a mãe já havia contado que o filho não sabia nadar. “Jogaram ele vivo de cima daquela ponte. Eles viram meu filho se debatendo e simplesmente entraram no carro e foram embora. Meu filho não sabia nadar, eles viram o desespero dele”, concluiu. Mãe conta que filho foi jogado de ponte por policiais no Espírito Santo Reprodução/ TV Gazeta Policiais respondem por homicídio O cabo Franklin Castão Pereira e os soldados Luan Eduardo Pompermaier Silva e Leonardo Gonçalves Machado estão presos desde o final de maio e respondem por homicídio com agravantes de motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e abuso de autoridade. A Polícia Civil informou que o Inquérito Policial foi presidido pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cariacica, com o indiciamento dos militares por homicídio qualificado, em razão da impossibilidade de defesa da vítima. O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) ofereceu denúncia nos mesmos termos, apontando que os militares teriam jogado Kaylan de uma altura de 14 metros. LEIA TAMBÉM: Avô morre prensado por trator dirigido por neto de 11 anos no ES Estudante de Medicina é encontrada morta dentro de apartamento no ES Relembre o caso Kaylan Ladário dos Santos foi encontrado morto na orla de Cariacica no dia 19 de fevereiro de 2025. Segundo a mãe do adolescente, Leicester Ladário, o filho desapareceu depois de ter sido apreendido pelos policiais. “Ele foi para a casa de um colega em Presidente Médici [bairro de Cariacica]. Às 21h30, eu mandei mensagem para ele e falei: ‘meu filho, vem embora’ e ele só me mandou relaxar. Ele foi então para o bairro Aparecida, perto do campo e foi apreendido lá”, disse a mãe. Kaylan Ladário dos Santos foi encontrado morto na orla de Cariacica, no Espírito Santo, no dia 19 de fevereiro de 2025 Reprodução/ Arquivo Pessoal Na Delegacia Especializada do Adolescente em Conflito com a Lei, foi identificado que Kaylan tinha um mandado judicial vencido. O jovem respondia a um processo por participação em um assalto em 2023. Como o mandado estava vencido, a mãe contou que o delegado orientou os militares a levarem Kaylan para casa. “Eu fui lá pessoalmente e falei que ele não tinha chegado. Eles falaram que ele esteve ali e liberaram ele, que orientou os policiais a levarem ele. Mas eles não levaram, não chegou lá em casa. No outro dia de manhã, eu fui na Polícia Civil , registrei o desaparecimento. Quando foi às 16h da quarta-feira, dia 19. A gente achou o corpo dele na orla”, completou. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo